21 de abril de 2010

that shit

tenho uma grande sensação de que há um grito em minha garganta


Meus olhos querem seguir pelas calçadas. Quem sabe atrás de uma prenda do destino? O destino gosta de ser misterioso comigo. O destino deu-me tempo para não fazer o que eu não quero.
Nesta tarde nublada, nem sei por que já começo a chorar. Choro. Agora. Agorinha mesmo, juro. Neste instante em que as palavras não são escritas com tinta de nenhuma caneta de pena, em que as palavras são teclas de um computador, que é então o meu melhor amigo. Sou tão sozinha nestas tardes. Não tem como mostrar com palavras a dor de minhas lágrimas sozinhas, silenciosas. Mesmo que, de vez em quando, soluçantes, ninguém me escuta, ninguém me vê. Tenho uma grande sensação de que há um grito em minha garganta. Mas é só sensação, pois ele não sai. Eu abro a boca e de minha garganta vermelha de tanto cigarro não vem nenhum ‘ai’. Parei de chorar. Mas se pensar que parei e pensar mais um pouco, posso voltar a chorar. E sem palavras para descrever minha dor, desisto de tentar.

F. Young

16 de abril de 2010

superação



Superação. A coisa mais difícil e a mais incrível. Seja por ter ido mal em uma prova, não ter ganhado algo que merecia, ter sido traído pelo (a) melhor amigo (a), por ter levado um fora – ou um chifre – do idiota ou da vagabunda, por ter perdido alguém que amava. Você sempre vai precisar superar, então por que é tão difícil agir? Não estou dizendo que vai ser fácil ou rápido. Mas qual é! Faz parte da vida. Você vai conseguir. Tá bom, eu sei que você esperou, que você desejou, que você enlouqueceu com o seu maldito problema e que agora não tem mais nada. Mas e daí? Já era, já foi, já passou. Você teve 50% de chances de conseguir e não conseguiu, chorar vai mudar o quê? Acorda, meu bem, a vida é assim mesmo. Não interessa o quanto você quis (essa é uma daquelas verdades que fazem a gente sofrer), o quanto você desejou. Você não conseguiu. Ao contrário de superar, às vezes não se consegue o que quer. Há chance de ter e de não ter. No baralho, você depende da sorte. Na vida nem sempre é tão diferente assim... Querer não basta, há vezes em que nem fazer basta.
Eu sei que você esperou por aquilo, que você contava como uma certeza, mas não aconteceu. Sinta-se frustrado, é um direito seu. Mas que diferença isso faz? Faça o que mudar alguma coisa. Qualquer ato inútil vai servir apenas pra você perder tempo – e você não tem tempo. O mesmo vale para as notas ruins. Mas e aqueles que tiveram o coração destroçados por alguém?
Somos seres humanos únicos. Nossos desejos são totalmente diferentes. As pessoas querem coisas diferentes, em proporções diferentes e com jeitos diferentes, embora entender nem sempre seja tão fácil. Pior ainda são aqueles que esperam coisas impossíveis...
O caso é que seria bom saber que existe gente lá fora que entende como você se sente, como é apostar todas as suas fichas em algo e perder. Esperar um retorno que não vem nunca. Mas não esperar nada é ainda mais difícil, porque parece que é mais fácil lidar com a dor do que com o vazio. A ausência de espera, o silêncio. Esperar é frustrante – ou pode não ser -, depende da sorte. Ao menos, prefiro pensar assim. Porque às vezes não depende só da gente. Às vezes não importa o quanto você faça, o quanto você se esforce, se doe àquilo. Nem sempre depende só da gente. De que adianta um lado querer com todas as forças se a pessoa do lado de lá não quer e ponto final? Dói esperar, frustrar com a espera perdida, a ilusão partida e a esperança quebrada. Mas dói ainda mais não saber o que esperar, não é?!
O que eu estou querendo dizer é que chega um ponto que não dá mais para sofrer por algo, porque não resta mais nada. Não há mais nada pelo que sofrer. É hora de encarar o medo de frente. Superar.

L.

13 de abril de 2010

precisava de um pouco de você, mesmo que não fosse em você


Não sei como isso aconteceu, como fiz minha vida ficar mais difícil do que já era e como eu segui em frente.
Você saqueava meu coração todos os dias. A sensação que isso me trazia deixou imperceptível, aos meus sentidos, notar o momento em que planejava fazer isso de vez. O tempo venceu, contra a minha vontade, e você disse adeus.
Quando você me deixou, meu mundo não foi quebrado. Ele desapareceu. No lugar dele, ficou apenas uma cidade fantasma do passado. Obrigada por ainda ter me deixado algo. Não foi apenas um amor perdido, foram 3 anos que, para você, sumiram. Eu gostaria de dizer que entrei no meu modo-mulher-maravilha, mas isso não ocorreu. Eu me deixei cair... Enquanto você a ganhava, eu me perdia. Veja o contraste... Eu perdi a batalha de qualquer maneira.
Durante seis anos, eu fugi o tempo todo, mas você sempre me encontrava. Nos meus sonhos, nos meus pesadelos, nos meus livros... Você estava lá. Você vai estar na minha alma para sempre.
A fumaça do meu cigarro, naquela manhã, me lembrou suas manias. Resolvi procurar por elas em outras pessoas daquela cafeteira, pintar seus traços em outros. Tentar me satisfazer com o inexistente. Mas eu precisava daquilo, precisava de um pouco de você, mesmo que não fosse em você. E eu achei. Você me olhou dando um trago em seu café e acenou. Meu ombro estremeceu. A dor terrível de não ser nada para alguém que é tudo para você deu um soco em meu estômago. Eu sabia que eu ainda o amava. Naquele momento, o meu amor por ele ainda estava lá, mais forte do que nunca. Depois de correr entre o silêncio que ali havia, fugindo mais uma vez, eu nunca mais o vi.
Desde então eu tenho tentado apagá-lo de minhas lembranças, mas enquanto minha mente esquece seu rosto, meu coração ainda se lembra da dor. Ela me corroe. E a única coisa que, agora, pode me fazer sentir humana outra vez, é o amor que tenho por ele. E esse amor dói. E esse amor me faz sentir humana outra vez. E esse amor dói. E esse amor me faz sentir humana outra vez. E esse amor... é um labirinto redondo e sem saída.
Agora eu vou casar com alguém que eu nunca vou amar com o mesmo tipo de amor que eu tenho por “ele”. Eu não sei se o que estou fazendo é certo ou errado, mas tudo que eu sei é que eu amo um homem diferente daquele que estou me casando. E esta é minha confissão. Minha redenção.

9 de abril de 2010

morro com coragem, dignidade e calcinha limpa


"Às vezes, quando não consigo dormir, imagino meu enterro e imagino tributos fúnebres. Na fantasia, eu sempre morro de um jeito trágico, mas inevitável. Um motorista bêbado passa por cima de mim. Tenho um aneurisma. Eu me asseguro de sofrer pouquinho, mas morro com coragem, dignidade e calcinha limpa. Gosto mais de pensar no enterro do que na forma como eu morro. Quem iria? Quem enfrentaria seus medos de discursar na tribuna da igreja? E quem acharia ter coisa melhor a fazer e nem sequer daria as caras? Fico imaginando se as pessoas chorariam, se haveria alguém que prenderia as lágrimas, temendo jamais conseguir contê-las."


the opposite of love

8 de abril de 2010

everywhere


I look for you everywhere i go. Hoping to bump into you. But I never see you. You’re not there... You’re never there.

tumblr.

hey jude...



weheartit

6 de abril de 2010

nem eu mesma quero passar o resto de minha vida comigo


"Me casar? Com Andrew? Até que a morte nos separe? Não posso fazer isso. Eu não seria nada além de uma fraude, fingindo ser adulta, uma farsante interpretando o papel de noiva. Nem eu mesma quero passar o resto de minha vida comigo. Como é que Andrew pode querer? E como você explica a alguém que ama que não pode se dar a ele, porque, se o fizesse, não teria certeza de quem estaria dando? Que você não tem certeza nem do quanto valem suas palavras? Você não pode dizer isso a alguém, principalmente alguém que você ama. Portanto, eu não digo. Em vez disso, faço a coisa certa. Eu minto."


the opposite of love

eu te daria o meu rim


“- Acabou o casamento.- Ela olha para o drinque como se ele tivesse a chave de seu futuro. – Acabou o casamento – ela repete.

-O que aconteceu?- Não tenho certeza se consigo lidar com a desintegração de Kate e Daniel; há consolo em saber que existe gente nesse mundo que não apenas acredita na existência “daquela metade”, mas, na verdade, a encontra.

-Foi tudo uma farsa. É isso. Nós somos uma farsa.

-Deixe-me perguntar uma coisa. Você ama o Daniel?

-Sim e não. Quero dizer, eu me importo muito com ele. Ele é uma parte imensa na minha vida. Mas se o amo pra valer? Amor até que a morte nos separe? Eu não sei. Acho que não... Talvez eu esteja apenas louca. Talvez eu simplesmente tenha surtado de vez.

-Isso é por ele não ser perfeito? Porque ninguém é.

-A não ser por suas sobrancelhas ridículas, não há nada que eu realmente não goste nele. Ele é meio perfeito.

-Se ele precisasse de um de seus rins, você lhe daria?

-Absolutamente não. - Kate não hesita nem por um instante.

-Se eu precisasse de um de seus rins, você me daria? – pergunto, tirando vantagem do fato de ela não estar em condições de mentir.

-Certamente.

Percebo que, apesar de ser filha única, tenho algumas irmãs nesse mundo.

-Eu também te daria meu rim, Kate.”


the opposite of love.

3 de abril de 2010

1 de abril de 2010

Fear.


"Eu odeio ser introduzido num novo grupo; a agonia começa antes mesmo de eu conhecer as pessoas. Ter que conhecer cada um, lembrar o nome. Fingir que 'prazer em conhecer' ou que 'o prazer foi meu'. E ver, dia após dia, a coisa ir azedando, azedando, até o limite do insuportável. Ainda além. As pessoas fedendo de propósito umas pras outras. Tá, tá bom, eu sou um cara escroto. Eu sei. Não gosto de gente. Aliás, uma coisa que eu tenho é isso: ódio. Muito ódio. Tanto que me envenena. Um troço feio. No entanto, eu não entendo, às vezes me parece tudo que me sobra; não consigo deixar ir, não quero. Sinto como se ele me protegesse do mundo, dividisse comigo o peso das coisas. E de mim mesmo. Me reconfortasse... ou me justificasse. Dois pontos: é por isso que eu sou assim! O mundo não se impressiona mais com as próprias voltas. Passou da incredulidade ao arrebatamento e daí ao descaso. Eu, não; sou ainda pior: eu cultivo, eu odeio. E por que isso, por que tanto ódio? Gostaria de dizer que não sei. Mas é medo. Medo das coisas, dos dias. Dessa gente que não duvida. Dessa gente que não tem medo. Que acredita na palavra."

fantasma.